Não sei se estou com medo da morte. Há mais ou menos um mês tinha certeza de que não, mas hoje não sei dizer.
Acho que o que sinto é uma anestesia geral. Só estou aberta ao que é bom, ao prazer que tenho tido de viver, de encontrar gente, de poder sair de casa, comer fora...
Talvez esteja exagerando no comer fora, mas encontros sempre incluem uma refeição e eu não rejeito uma!
Comecei a pensar nisso há pouco tempo e vi que não penso mais em morrer. Tinha como certa essa possibilidade e fiquei de stand-by. Estava vivendo e aguardando como se um dia fossem me desligar dos aparelhos, figurativamente falando, claro!, porque nem em pesadelo consigo pensar nessa possibilidade. Hospital? Morte horrível? Não. Vou morrer como meu pai – dormindo.
Para falar a verdade tenho certeza de que deletei a idéia de morrer, não penso mesmo nisso. E aí vem a analisada de muitos divãs dizendo que é alienação, negação e que devo encarar a verdade para poder resolver a situação.
Resolver o quê? Essa situação não tem solução diferente, saída honrosa ou escolha. É fato.
...
Uau! Acabo de me dar conta de uma coisa! Esse medo da morte, que me paralisou em 2006, foi em vão! Não morri, apesar das estatísticas e da medicina. Sofri à toa! Estava de cara para o gol, onde eu era a bola, e chutaram fora! Uau!
Eu era a bola da vez e um monte de gente amiga passou à frente e faleceu sem aviso prévio ou sequer estar condenada como eu. Muitos amigos queridos, muitos conhecidos se foram durante esse tempo. Tião R., amigão da Fátima e do Zézinho, a respeito disso diz, com a maior convicção: -“A Bia é imorrível!” Eu adoro essa afirmativa!
Meu coração está a toda. Não tinha pensado nem sentido isso antes e agora estou compreendendo tudo. Esses escritos têm sido uma terapia. Além de ficar horas em um texto – escrevo, me afasto do computador, vou almoçar ou jantar, volto, releio, faço, desfaço, refaço - depois de pronto ele não sai de mim. Fico dias pensando no assunto. E sentindo. Por isso tem sido terapêutico!
O fato de rever cada acontecimento tem me levado de volta “à cena do crime” e com ele têm voltado os sentimentos, que fico processando. E isso é o oposto do tenho sentido atualmente. Talvez esteja desviando o medo de hoje para o passado, o que justificaria a “coragem” de agora, já que minha dose de pânico está sendo gasta com o que já se foi.
Resolvi cuidar da vida em vez de ficar pensando na morte. Só pode ser isso! E viva a alienação!
Angela,
ResponderExcluirA vida é uma luta diária. Uns lutam mais que outros, é fato. Mas, na realidade todos lutamos, e não pensamos muito na morte, preocupados que estamos com o sobreviver diário. Quando nos deparamos com a finitude, nos assustamos. Nos damos conta do quanto frágil somos, um sopro! Mas, é importante também para refletirmos sobre a nossa real passagem por aqui, por essa terra. Darmos conta de nós mesmos, quem somos, o que somos para os outros, e quem são os outros para nós. E, aí descobrimos pelo que realmente vale a pena lutar, quem amamos e quem nos ama. E, aí já valeu um pouquinho desse sofrimento, dessa vida tão curta (até uma tartaruga vive mais do que a gente!!) Só partimos quando Deus quer (assim acredito), e Ele não nos quer pensando na morte, e sim na vida que nos deu. Portanto, VIVA!!!Porque, mais cedo o mais tarde todos partiremos! Um grande beijo!!
Linda...
ResponderExcluirRefletindo sobre o que escreveu aqui, pareço estar de frente comigo mesma... Embora, não seja tão " analisada " quanto você ( risos ) , como gostaria e precisaria ser, me sinto entre ondas de sentimentos, sendo carregada por vezes para as incertezas e medos , outras vezes para as convicções e tranquilidade... Estou certa de que esse perfil faz parte da nossa natureza... Então, meu amor, use e abuse , dos seus maiores dons, da coragem e do amor, para navegar por tantas oscilações... Sobre o destino de nossos dias , sobre o curso de nossas vidas, sobre os rumos que elas irão tomar... Ah, meu bem ... Esse script não é nosso - e não se trata de alienação , é um fato !!!
Estou com saudade. Beijos.
Denise
Anja da minha vida! Continue fazemos o que sempre fez e nos ensinou: ir em frente, apesar do medo. E,assim, você continuará indo muuuuiiiiito longe!!!! beijooooooooooooooooooo
ResponderExcluirRachel Lima